O que é Onboarding?
Onboarding - Glossário de Jogos Digitais
Onboarding, no contexto de jogos digitais, refere-se ao processo de integrar um novo jogador ao jogo, ensinando-o as mecânicas básicas, a interface, a história (se relevante) e os objetivos principais. É um conjunto de estratégias e elementos de design implementados para garantir que a primeira experiência do jogador seja agradável, intuitiva e motivadora, minimizando a frustração e maximizando o engajamento inicial. O termo deriva do mundo corporativo, onde se refere ao processo de integração de novos funcionários.
Características e Definições Técnicas
O onboarding transcende um simples tutorial; é uma jornada cuidadosamente orquestrada. Ele pode envolver:
- Tutorial interativo: Onde o jogador aprende fazendo, e não apenas lendo instruções.
- Níveis iniciais progressivos: A dificuldade aumenta gradualmente, permitindo que o jogador se familiarize com o jogo sem se sentir sobrecarregado.
- Dicas e mensagens contextuais: Informações relevantes aparecem no momento certo, auxiliando o jogador a entender o que está acontecendo e o que deve fazer.
- Recompensas e elogios: Reforçam o aprendizado do jogador e o incentivam a continuar progredindo.
- Customização limitada: Em alguns jogos, o onboarding pode incluir a criação do avatar do jogador ou a escolha de uma classe, preparando-o para a experiência principal.
Tecnicamente, o onboarding pode ser implementado através de scripts, sistemas de eventos, overlays na tela (HUD) e animações. Ele pode ser uma experiência linear ou ramificada, dependendo da complexidade do jogo.
Idealmente, o onboarding é um processo contínuo que se estende para além dos primeiros minutos de jogo. Ele evolui e se adapta conforme o jogador avança, apresentando novas mecânicas e desafios de forma gradual.
Importância no Contexto do Glossário
Em um glossário de jogos digitais, o termo "Onboarding" é crucial por várias razões:
Primeiramente, ele destaca a importância de uma boa experiência de usuário (UX) em jogos. Um onboarding mal projetado pode resultar em jogadores desistindo do jogo antes mesmo de realmente experimentá-lo. Isso afeta diretamente as taxas de retenção e monetização.
Em segundo lugar, reflete a crescente sofisticação do design de jogos. Os desenvolvedores reconhecem que não basta criar um jogo divertido; é preciso garantir que os jogadores consigam entender e apreciar esse jogo. O onboarding é uma ferramenta fundamental para alcançar esse objetivo.
Terceiro, ele ajuda a unificar o vocabulário da indústria. Ao definir claramente o que é onboarding, o glossário facilita a comunicação entre desenvolvedores, designers, game testers e jogadores.
Por fim, o termo demonstra a natureza iterativa do desenvolvimento de jogos. O onboarding é frequentemente refinado com base no feedback dos jogadores, garantindo que ele seja eficaz e agradável.
Aplicações Práticas e Exemplos
O onboarding se manifesta de diversas formas em diferentes gêneros de jogos:
- MOBA (Multiplayer Online Battle Arena): Jogos como League of Legends e Dota 2 utilizam tutoriais extensivos que ensinam os jogadores a controlar seus personagens, usar habilidades, comprar itens e trabalhar em equipe.
- RPG (Role-Playing Game): Jogos como The Witcher 3 ou Skyrim introduzem mecanicas complexas de combate e customização de personagem de forma gradual, guiando o jogar através de quests iniciais bem definidas.
- Jogos de Estratégia: Jogos como StarCraft II ou Civilization VI geralmente apresentam cenários tutoriais projetados para ensinar os princípios básicos de construção de bases, gerenciamento de recursos e combate.
- Jogos Mobile: Jogos como Candy Crush ou Clash of Clans oferecem fases iniciais simples com recompensas generosas, incentivando o jogador a continuar jogando e aprendendo as regras.
- Jogos de Quebra-Cabeça: Jogos como Portal 2 introduzem mecânicas de resolução de quebra-cabeças de forma gradual, desafiando o jogador a aplicar o que aprendeu em situações cada vez mais complexas.
Um exemplo específico é o jogo "The Last of Us". Embora não tenha um tutorial tradicional, o prólogo serve como um excelente onboarding, mergulhando o jogador na história e ensinando os controles básicos sob pressão.
Desafios e Limitações
Projetar um bom onboarding não é tarefa fácil. Alguns dos desafios incluem:
- Equilíbrio entre informação e diversão: Um onboarding excessivamente longo e detalhado pode ser entediante, enquanto um onboarding muito curto pode deixar o jogador confuso e frustrado.
- Adaptação a diferentes tipos de jogadores: Alguns jogadores preferem aprender por conta própria, enquanto outros precisam de instruções claras e concisas.
- Internalização das mecânicas: É preciso garantir que os jogadores não apenas entendam as regras do jogo, mas também saibam aplicá-las em situações práticas.
- Localização e acessibilidade: O onboarding deve ser adaptado a diferentes idiomas e culturas, e deve ser acessível a jogadores com deficiência visual ou auditiva.
Uma limitação é que o onboarding ideal pode variar significativamente de jogo para jogo. O que funciona bem em um gênero pode ser inadequado em outro.
Além disso, com o tempo, jogadores podem se tornar excessivamente familiariazados com certos tropos de onboarding, o que pode diminuir a eficacia da experiência.
Tendências e Perspectivas Futuras
O futuro do onboarding em jogos digitais promete ser ainda mais interativo e personalizado:
- Onboarding adaptativo: Sistemas que monitoram o progresso do jogador e ajustam o onboarding em tempo real, oferecendo mais ajuda quando necessário e acelerando o processo para jogadores mais experientes.
- Inteligência Artificial: Utilização de IA para gerar tutoriais personalizados e oferecer dicas contextuais mais relevantes e eficientes.
- Realidade Virtual e Aumentada: Criação de experiências de onboarding imersivas que aproveitam as capacidades de VR/AR para ensinar os jogadores de forma mais intuitiva.
- Integração com comunidades online: Incorporação de elementos sociais ao onboarding, permitindo que os jogadores aprendam uns com os outros e recebam ajuda de jogadores mais experientes.
A gamificação do onboarding também é uma tendência crescente, transformando o processo de aprendizado em uma experiência divertida e recompensadora.
Observamos um aumento na experimentação com sistemas de 'mentor', onde um jogador experiente guia outro novo atraves das primeiras horas de jogo.
Relação com Outros Termos
O termo "Onboarding" está intimamente relacionado a:
- Experiência do Usuário (UX): O onboarding é um componente crucial da UX em jogos, influenciando a satisfação e o engajamento do jogador.
- Design de Jogos: O onboarding é uma área de especialização dentro do design de jogos, envolvendo a criação de mecânicas e sistemas que facilitam o aprendizado e a progressão do jogador.
- Tutorial: Embora às vezes usados como sinônimos, o onboarding é mais abrangente do que o tutorial, englobando não apenas o ensino das regras do jogo, mas também a criação de uma experiência agradável e coerente.
- Retenção: Um bom onboarding contribui para a retenção de jogadores, aumentando as chances de que eles continuem jogando e investindo no jogo.
- Primeira Experiência (First-Time User Experience - FTUE): O onboarding pode ser entendido como a otimização da FTUE em um jogo, garantindo que o primeiro contato do jogador seja positivo.
Entender a relação entre esses termos é fundamental para compreender a complexidade do design de jogos e a importância de criar experiências imersivas e acessíveis.
Ainda, é importante diferenciar onboarding de 'ramp-up'. Enquanto o onboarding foca em integrar o jogador, o ramp-up refere-se ao período de acomodação progressiva a desafios mais complexos dentro do jogo, já após o jogador ter dominado o básico.